Eduardo Costa diz que passa longe do estilo moderninho do sertanejo: "Eu sempre quis ser chamado de brega"
Cantor se mantém romântico em DVD intimista e assume que repertório é totalmente pessoalPaola Correa, do R7
30/08/13
Quando está em casa, Eduardo Costa gosta de pegar o violão, reunir os amigos e tomar uma cachaça. No novo DVD, Eduardo Costa – Acústico, o cantor trouxe sua realidade para o palco. Em uma performance intimista com o público bem perto dele, o sertanejo escolheu o repertório favorito de uma vida toda.
— Eu não queria agradar somente as pessoas, mas a mim, principalmente. Quis passar uma verdade para o meu público de canções que eu realmente ouço e gosto de cantar na minha casa.
Mais uma vez, Eduardo não embarcou no modismo do sertanejo moderninho e manteve o romantismo do sertanejo e fez isso de caso pensado, como forma de defender a cultura sertaneja.
— No Brasil existe aquela coisa de que o que dá certo, todo mundo migra e faz igual. As pessoas buscam um caminho mais fácil. Não acho errado, não. É uma escolha. Eu nunca cantei o universitário porque não é meu estilo. Para mim não é sertanejo, mas eu respeito. Eu estou totalmente na contramão. Se eu já era um cara que passava longe, hoje mais ainda.
Por conta das músicas de dor de cotovelo e os arranjos, chega a ser rotulado até de brega. O que para ele é o auge de sua carreira como cantor.
— Eu não tenho medo de ser brega. Eu sempre quis ser brega. Eu dou um abraço em quem me chama de brega. O amor é brega. Quando você está namorando, faz coisas que nem imagina. Mensagem de texto é brega, por exemplo. Mas, eu estou satisfeito de ter feito um DVD assim. É a minha cara, é o que eu gosto.
Mesmo sofrendo por amor em cada faixa do álbum, e da maioria das canções de seu repertório geral, Eduardo admite que não é tão romântico como canta.
— Se eu gostasse de alguém do jeito que eu canto nas músicas, eu teria pendurado uma corda no pescoço já [risos]. Eu gosto de coisa brega, quando estou namorando. Levo café na cama, de vez em quando, frito um ovo [risos], Mas não sempre.
O cantor ficou satisfeito com o resultado do Acústico e até diz que é o grande DVD de sua vida, mas confessa que ficou nervoso nos dois dias de gravação que rolaram em São Paulo.
— Fui pra casa com uma grande dúvida se tinha cantado bem, se tinham entendido o recado. Só quando vi as imagens no estúdio tive a certeza de que tinha acertado. Esse DVD representa muito para a música sertaneja. Não que eu esteja me achando, mas resgatar o romantismo é um jeito de manter o sertanejo.
No novo trabalho, Eduardo Costa contou com a participação de Cristiano Araújo e Di Paullo e Paullino, nas faixas Sem Céu e Sem Chão e Tô Indo Embora, respectivamente. E se orgulha de ter reunido nas 21 faixas só músicas que contam um pouco do que é a carreira de Eduardo Costa.
— A música Minha Metade, por exemplo, é do Só Pra Contrariar, e eu cantava nos barzinhos em BH (Belo Horizonte). Eu trouxe ela pro sertanejo, já que ela é originalmente sertaneja. Ela foi composta por Luiz Cláudio, da dupla Luiz Cláudio & Giuliano, e eu sempre gostei muito.
Do repertório, o cantor destaca as faixas Doeu, Faz de Conta e, principalmente O Predador e a Presa, que é inédita e que o sertanejo confessa descrever seu momento como homem e baseado em um romance intenso.
Fonte: Portal R7